Nó(s) e o Diagrama de Venn

Não lembro exatamente de quando tomei conhecimento do diagrama de Venn, certeza que foi numa aula de matemática, mas como tenho uma cabeça de humanas, lembro de tê-lo visto e pensado nas pessoas. Somos seres sociáveis, que se sobrepõem, já nascemos de conexões extraordinárias, ou você que me ler agora nunca se perguntou  o porquê de ainda não terem inovado na arte de fazer pessoas?

Século XXI, AI, blockchain, chatGPT e mais uma infinidade de palavras inglesas para coisas que transformam o mundo … e, “fazer amor” ainda é o método mais eficiente para fazer pessoas neste planeta. Amor. Conexões. Venn. Sobreposições.

Amo algumas pessoas por dois motivos básicos: a infinidade de coisas incomuns que pensamos e nos compõem e, também, a lindeza da conexão por tudo que pensamos e temos em comum. Neste lugar, que fica entre nossas semelhanças e diferenças, seguimos nos amando e nos permitindo discordar entre nós, com tranquilidade, em paz.

E quero falar de Venn partindo de um ponto que chama saudade!

Quando criamos conexões verdadeiras com as pessoas é inevitável que sintamos saudades, é nesse espaço de ausência física que lembramos que aquele ser nos ajudou a nos enxergarmos com mais amorosidade. Na saudade descobrimos quem realmente somos. Onde nos sobrepomos. Aquele pedacinho, ou pedaço imenso que o lógico britânico descobriu e ganhou seu nome. Venn.

A ausência física faz pulsar esse pedacinho em nós. Nós dá a consciência de que ele existe.

A ausência de minha avó lembra de um  pedaço nosso que era bom humor, sagacidade, fé que tudo se ajeita, mas coragem de correr e ajeitar o que dá, alegria de estar num vestido novo, ou criatividade para enxerga-lo em cada caimento, mesmo quando ele é só um tecido. Ela era “o mundo é dos espertos” e era também “melhor ter pra dar do que pedir”, e se doava assim, ao outro.

Venn: você seria incapaz de calcular quando de amor cabe nesse espaço, pouco lógico, talvez infinito, para os limites matemáticos ...

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